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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Prêmio Hip-Hop - Divulgado resultado do Prêmio Hip Hop 2010 - Edição Preto Ghóez

Foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira, 13 de dezembro, a relação das iniciativas escolhidas no Prêmio Hip Hop 2010 – Edição Preto Ghóez, promovido pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) em parceria com a Secretaria de Cidadania Cultural (SCC/MinC), o Instituto Empreender e a Ação Educativa.

O Prêmio Cultura Hip Hop 2010 - Edição Preto Ghóez é a primeira ação de fomento e reconhecimento nacional realizado pelo Governo Federal, resultante de dois anos de diálogo com o movimento hip hop. Foram realizadas em torno de 150 oficinas de capacitação para inscrição em todo o território nacional, o que resultou em 1.100 propostas inscritas, 900 delas habilitadas, de todos os estados do país.

Foram ao todo 135 premiados, em cinco categorias, de todos os estados do País. Cada um receberá R$ 13 mil, em um total de R$ 1.755.000,00 de recursos do MinC. Desse universo, um foi para Miriam Bezerra, viúva de Preto Ghóez, homenageado nesta eidção do prêmio.

O Ministro da Cultural, Juca Ferreira, disse estar satisfeito com “todo o processo dessa primeira premiação para o hip hop”. Ele lembrou que teve a “sorte de conhecer Preto Ghóez” e que à época, Ghóez visitou o Ministério da Cultura para conversar sobre a necessidade de “reconhecimento do hip hop como uma manifestação cultural das mais ativas, das mais fortes, das mais potentes que o povo brasileiro produz”.

Para Juca Ferreira, o prêmio é parte de um processo mais amplo de “reconhecimento da diversidade cultural brasileira, da liberdade de criação e de expressão, em que ninguém tem o direito de dizer o que é brasileiro e o que não é, o que é meritório e o que não é, o que é importante e o que não é, quer dizer, é o conjunto que é importante, é essa liberdade de criação, de opção, de fusão, de amalgamento, de mistiçagem que o Brasil exercita desde que se entende por Brasil”.

Para o Secretário de Identidade e Diversidade Cultural, Américo Córdula, o prêmio foi uma surpresa em termos de quantidade e diversidade de inscrições , “vamos ter desde movimentos do hip hop em aldeias indígenas no Mato Grosso do Sul, uma grande participação das mulheres, das MCs, sendo reconhecidas pela importância da sua militância no hip hop, além de experiências como cinema voltado para o hip hop, a arte da rua, os graffitis.” Ainda segundo Córdula, “o Ministério da Cultura acredita estar colaborando com o reconhecimento do hip hop como um dos fatores importantes na construção da nossa identidade e da nossa diversidades cultural”.

Outro destaque do Prêmio Hip Hop 2010 foi a grande participação feminina. Dos 135 projetos selecionados, 30 foram protagonizadas por mulheres, ou seja 22% do total.

O prêmio foi regulado pelo Edital SID/MinC nº 05, de 15/04/2010, publicado no Diário Oficial da União em 16/04/2010.

FONTE - LISTA DO SELECIONADOS, CALSSIFICADOS E DESCLASSIFICADOS - http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/12/Premio-Cultura-Hip-Hop-Lista-de-Premiados.pdf


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Baile Black do Ano - 2010



O Baile Black do Ano é um encontro anual da massa black da cidade de Jacareí, interior do estado de São Paulo - Brasil. Conhecido pelo título de FLASH BLACK o baile acontece uma vez por ano desde 2005. Resultado de experiências dos anos 70 e 80 onde o objetivo da galera era encontrar com os amigos e dançar ao som das bandas negras norte-americanas. Repertório base na Soul, Funky Soul, Rythms&Blue, Slow Jam e Samba-Rock.

Edições Anteriores
2005 - Trianon Clube 2006 - Clube da Saudade 2007 - Esporte Clube Elvira 2008 - Ponte Preta Futebol Clube 2009 - Ponte Preta Futebol Clube - 2010 Ponte Preta Futebol Clube.


Público Alvo
Amantes da black music old school, anos 70, 80, 90. Há espaço também para os apreciadores de músicas nacionais com o enfoque na soul music, como Tim Maia, Sandra de Sá, Carlos Dafé, Cassiano, Banda Black Rio, Gerson King Combo, Tony Bizarro, Thaíde,entre outros.











MAIS INFORMAÇÕES - www.obaileblackdoano.blogspot.com

sábado, 4 de dezembro de 2010

Livro How To Rap, para desvenda os segredos da rima, por Chuk D


A algum tempo atrás foi lançado o livro “How To Rap: The Art and Science of the Hip Hop MC” (Como fazer rap: A arte e ciência do MC de Hip Hop), livro que aborda mais de 104 MC’s e desvenda técnicas de composição, explica como funciona a levada (flow), entre outras coisas.

Chuck D, Public Enemy, foi um dos entrevistados e logo abaixo temos a entrevista na íntegra feita pelo autor do livro, Paul Edwards, onde ele fala sobre composição, levada, performance ao vivo e divide um pouco da sua experiência.

How To Rap – Como você aprendeu a fazer rap?
Chuck D: Eu não sei se eu realmente ‘aprendi’ a fazer rap, a única coisa que sei é houve um tempo em que não existia Rap na música. Quando eu estava crescendo tínhamos os Last Poets e James Brown. Depois eu me animei ao saber sobre alguns caras do Bronx que estavam fazendo essas fitas (fita k7), e fiquei intrigado com o ritmo e com a maneira deles apresentarem seus raps. Daquele dia em diante, eu meio que imitei o que ouvia, gostava dos caras que tinham boas vozes como o (Grandmaster) Melle Mel. Eu os achava incríveis, inacreditáveis, então eu segui o estilo desses caras por algum tempo e mais tarde descobri e inventei o meu.

HTR – Você chegou a memorizar letras de outras pessoas?
CD: Sim, caras como DJ Hollywood, Eddie Cheeba e pessoas do gênero, eu os achava muito bons e gostava do jeito que faziam tudo.

HTR – Você treinou muito a escrita antes de se sentir bom o suficiente para se apresentar perante ao público, ou gravar alguma coisa?
CD: Na verdade não, eu sempre fui uma pessoa artística. Sempre fui bom com as artes: desenhar, pintar e coisas do tipo. Eu lembro que queria me tornar um locutor de esportes ou comentarista, então o uso da minha voz veio primeiramente daí.

HTR – Quando escreve, você tem um processo esquematizado (algo como uma fórmula)?
CD: O jeito que eu mais gosto de escrever é bolando o título antes de tudo, para depois criar e trabalhar o resto.

HTR – Você escreve tudo no papel?
CD: Eu gostaria, mas o computador tem me ajudado muito nos últimos 10 anos. Eu escrevo no papel, mas depois arrumo tudo no computador.

HTR – Você alguma vez ‘escreve’ ou já ‘escreveu’ de memória? (escreve a letra na mente)
CD: Não e sinceramente acho que esse é um processo muito desleixado. Eu acho que você até pode fazer algo brincalhão e frívolo desta forma, mas se quer fazer algo que tenha alguma substância ou algum conteúdo e que fique por aí, na mente das pessoas, por um bom tempo, por experiência própria, deve ser escrever antes.

HTR – De onde vem a maioria de suas idéias?
CD: Do mundo, das vizinhaças e áreas à minha volta. Existe um mundo imenso que circunda cada um de nós.

HTR – Você acha que ter um vocabulário vasto ajuda?
CD: Bem, você está usando palavras certo? Então não importa em que idioma esteja rimando, é sempre de grande ajuda saber o maior número de palavras que puder. As palavras são a sua artilharia.

HTR – Pois é, mas você acha que pode ficar muito além do que o público pode entender se ficar muito complexo?
CD: É, bem, você pode até ficar além de alguns, mas acertar outras mentes. Acho que não deve existir tanta preocupação com as outras pessoas o tempo todo, algumas vezes o importante mesmo é fazer o que você sente.

HTR – Você pesquisa informações para as suas letras?
CD: Eu acho que faz sentido pesquisar sobre os fatos se você vai falar sobre alguma coisa profunda. É preciso prestar atenção no que se está falando então a pesquisa tem que vir de várias fontes. Eu acho que é fundamental poder provar intelectualmente ou academicamente o que se diz. É algo inteligente a se fazer, se você quer ser inteligente no que faz.

HTR – Você acha que um número maior de MC’s deveriam abordar tópicos mais importantes?
CD: Bom, eu acho que é burrice uma pessoa de 40 anos não abordar assuntos que estão presentes na mente de um cara de 40 anos. Se uma pessoa com 40 anos está tentando adivinhar o que se passa na cabeça de um cara de 20……me diga, o quanto você quer ouvir esta pessoa?

HTR – Você acha que o Hip Hop vai voltar a ser mais político?
CD: Já está, isso depende de o que você está procurando e onde você está procurando. Eu acho que lugares como myspace e Youtube, e todos os similares na internet, tornam possível descobrir um grande número de pessoas novas fazendo o que acham importante.

HTR – Você acha que o movimento vai se tornar mais político de novo, no nível do mainstream?
CD: Eu não posso fazer essa previsão – o mainstream tem um monte de coisas diferentes acontecendo com ele, coisas das quais eu tento me manter longe ou alheio. Tentar prever isso é como tentar prever o tempo, e eu não sou um bom homem do tempo.

HTR – Você gosta de ter um conceito planejado antes de começar a escrever…..você mencionou que gosta de começar pelo título?
CD: Sim, com um título você consegue preencher as lacunas e ter uma conversa clara sobre o que está falando. O que eu quero dizer é, como você pode ter uma conversa clara sobre alguma coisa, se você não sabe sobre o que está falando?
Eu acho que em grande parte das vezes, o problema com os rappers é que eles não se escutam. Esse é um grande problema com a música rap no momento – eles ouvem só o que faz sucesso, mas eles não se escutam. É mesma coisa que alguém falar o tempo todo e nunca parar para escutar os outros.

HTR – Você alguma vez começa a escrever sem ter um conceito ou idéia formada previamente?
CD: Letras, algumas vezes, simplesmente aparecem na minha cabeça. Ás vezes um grande pensamento ou grande idéia surge na minha cabeça, e eu quero construir uma letra a partir daquilo. Meu segredo é sempre anotar esse pensamento porque existe uma grande chance de eu perde-lo. Escrever as coisas, muita vezes, me salva.

HTR – Você tem algum modo particular de escrever a levada (o flow)?
CD: Eu tenho alguns modos, sim. Ás vezes escrevo uma linha (sublinhar) ou faço um bom mapeamento onde eu anoto na página um monte de idéias diferentes.

HTR – É difícil rimar e fazer sentido ao mesmo tempo?
CD: Sim, é sim. Apesar disso, algumas vezes você não precisa rimar, algumas vezes você pode escrever algo profundo e não rimar, mas colocar uma palavra de terminação similar.

HTR – Quanto tempo você leva, em média, para escrever uma letra?
CD: Depende, algumas vêm rápido e outras aparecem durante um ano. Algumas vezes a coisa flui melhor quando demora mais , ás vezes o resultado fica melhor quando é rápido. A músida “Harder Than You Think” (do álbum “How You Sell Soul To a Souless People Who Sold Their Soul” , do Public Enemy) foi totalmente inspirada na música (instrumental) para que a letra pudesse ser escrita rapidamente, então ‘Harder Than You Think’ é provavelmente a música que escrevi mais rápido e provavelmente a música mais rápida para executar também.

HTR – Você gosta de escrever para o instrumental que irá usar na música terminada?
CD: Ás vezes é possível escrever para o instrumental, ás vezes as palavras tem o seu próprio som e andamento.

HTR – Os produtores com quem você trabalha tem alguma interferência nos seus trabalhos?
CD: Sim, toda música que já escrevi foi colaborativa.

HTR – O seu jeito de escrever mudou desde que você começou?
CD: Sim, como um escritor você tem que saber mexer e lidar com várias técnicas diferentes. Sempre procurei fazer isso.

HTR – Você costuma usar a maioria das rimas que escreve?
CD: Eu tento. Estou sempre escrevendo então sempre vai existir alguma coisa que eu não vou usar, mas que posso aproveitar para alguma outra coisa.

HTR – O que é mais importante: o assunto abordado ou a levada?
CD: Eu acho que estas duas coisas estão pau a pau. Quando você está lendo palavras diretamente do papel, elas talvez não tenham a levada necessária, mas podem ter longevidade. E ás vezes você ouve algo e talvez nunca precise ler as palavras para entender, e aí você descobre que a levada também pode ser longeva. A levada tem mais a ver com a habilidade vocal, e as palavras tem mais a ver com a habilidade de escrita.

HTR – Se alguém tiver uma levada muito boa, isso pode chegar a compensar o fato de esta mesma pessoa não ser muito boa em abordar assuntos?
CD: Até pode, mas sempre por um período curto de tempo. Depois de um tempo vai ser tipo: “Okay o que mais você tem a oferecer? Ou, o que podemos fazer com isso?”

HTR – Foi um processo diferente quando Paris escreveu o seu álbum “Rebirth Of Nation”?
CD: Foi um pouco diferente, mas ele escreveu de uma forma que se assimilou a trabalhos que eu já tinha feito. Ele teve uma grande profundidade quando escreveu aquelas palavras e quando ele compôs a levada, se baseou no que eu já tinha feito. Ele definiu uma guia vocal para ser seguida – o jeito com que ele construiu tudo foi praticamente uma ciência, ele é tipo uma cientista/músico.

HTR – Com “Black Steel In Hour of Chaos”, você planejou a história antes, ou você foi construindo tudo conforme o processo avançava?
CD: Eu fiz conforme o trabalho ia andando. Algumas vezes eu escrevo uma idéia em algum lugar, e depois encaixo em algum tipo de levada poética.

HTR – Você memoriza a letra antes de gravar?
CD: Algumas vezes memorizo – é bem legal ter ela memorizada porque você pode brincar mais com ela. Com algumas coisas que eu tenho memorizadas, consigo criar e inventar vários tipos de entonação que talvez não conseguisse se estivesse lendo.

HTR – Você planeja quando e onde você vai respirar na faixa, para que você não perca o fôlego?
CD: Isso acontece enquanto eu escrevo. Quando se está escrevendo as palavras, você sabe o que é uma impossibilidade e o que é uma possibilidade. Então, se você precisa respirar e tem uma palavra comendo a outra, você provavelmente vai ter que optar entre respirar e concluir o pensamento.

HTR – Você acha muito importante ter uma voz que se destaque?
CD: Eu acho, mas só posso falar por mim mesmo porque tenho uma voz diferente – se você tem uma voz que se distingue das outras não importa que idioma fale, você vai atrair atenção. Eu só conheço o inglês, mas digamos que eu vá para uma parte da Espanha onde eles só falam e entendem espanhol, a levada e a presença vocal vão se tornar prioridade.

HTR – Alguém que não tem uma boa voz pode se virar, se for um compositor muito bom?
CD: Ele deve ser um grande escritor, e em termos de performance pode até se tornar um bom performer, mas vai precisar de muito mais treino, dedicação e trabalho para superar um cara que tem apenas uma grande voz.
HTR – O que você acha que faz uma performance ao vivo ser boa?
CD: Projeção, convicção, crença naquilo que você está dizendo, confiança. A melhor performance é aquela em que você está falando com um público que não acredita muito no seu trabalho ou simplesmente não se importa ,e por isso não se esforça para prestar atenção, e no fim da sua apresentação você fez este mesmo público entender o que você quis dizer, a mensagem que queria passar.

HTR – O que você acha dos MC’s atuais se comparados com os mais antigos?
CD: Eu acho que os MC’s de hoje em dia estão tentando descobrir como serem similares uns aos outros, e os MC’s mais antigos sempre tentaram descobrir como serem diferentes um dos outros.

Fonte: HH DX

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba


Sabe por que o Dia Nacional do Samba cai em dois de dezembro? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata. Também não é quando gravaram "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar. O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. Engraçado, não? A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.
Atualmente duas cidades costumam comemorar o Dia do Samba, Salvador e Rio de Janeiro. Sob a batuta do músico Edil Pacheco, Salvador sempre tem promovido grandes shows no Pelourinho com os ótimos e injustamente desconhecidos sambistas locais. Gente como Riachão, Ederaldo Gentil, Nelson Rufino, Roque Ferreira, Walter Queiroz, o próprio Edil, e o falecido Batatinha, recebendo convidados mais famosos, como Paulinho da Viola, Elza Soares, Beth Carvalho e Dona Ivone Lara.
No Rio a divertidíssima festa fica por conta do Pagode do Trem. A idéia do samba surgiu quando moradores de Oswaldo Cruz resolveram criar um movimento para revitalizar o bairro, era o "Acorda, Oswaldo Cruz". No Dia do Samba o pessoal se reúne na Central do Brasil, lota um trem e vai tocando e cantando até Oswaldo Cruz, lá formam-se trocentas rodas de samba. Depois que começou, descobriu-se que já havia sido criado décadas antes por uma das mais importantes figuras do bairro, Paulo da Portela. Naquela época o samba era perseguido pela polícia. Os sambistas faziam suas reuniões e promoviam animadas rodas dentro dos vagões do trem. Hoje o Pagode do Trem faz parte do calendário oficial da cidade e tem estado cada ano mais cheio.
Este ano o samba cairá num sábado. O esquema é o seguinte, a partir das 18h começa a concentração -- com muita cerveja, claro - na Central do Brasil. Já há um trem inteiro reservado para o samba. Ano passado foram oito vagões ultra lotados, este ano já reservaram 12. Cada vagão vai com um grupo que agita uma das rodas de samba do Rio, tem o vagão da Velha Guarda da Portela, do Bip-Bip, o da Teresa Cristina e grupo Semente, o da Tia Doca e Sonho Real, e por aí vai. O trem vai direto para Oswaldo Cruz, fazendo apenas uma parada na Mangueira para pegar a velha guarda verde e rosa. Chegando, você verá a maior concentração de rodas de samba já feita. Basta umas três pessoas se encontrarem para fazer uma. O clima é um barato.
Mas é bom se preparar. É uma verdadeira maratona. Começa às 18h e vai até o último sobrevivente. No trem, vai todo mundo em pé no vagão lotado. Se não ficar perto dos músicos é até difícil escutar algo. A festa é ótima e divertidíssima, mas não vá esperando grande coisa na parte musical. O melhor é mesmo a bagunça. A Beth Carvalho costuma aparecer para dar uma força e sempre canta algo.
Ano passado chegou a ter uma regulagem sobre quem poderia ficar no vagão com os músicos mais conhecidos. A sugestão é fugir dele, fica cheio de repórteres, câmeras, chatos, luzes e gente querendo aparecer. São os menos divertidos. Preocupante este ano é que estão promovendo o evento, que nunca teve muita mídia, na - argh! - FM O Dia. Espero que não estrague a linda festa.


Paulo Eduardo Neves
(Webmaster do site Samba-Choro)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

RED BULL BC ONE - Brasileiro vence a batalha internacional de b-boys



Neste sábado, 27 de novembro, o Brasil entrou para a história do break dance internacional com a vitória do b-boy Neguin no Red Bull BC One 2010. O brasileiro chegou à final e levou o público ao delírio com seus movimentos. Neguin conquistou quatro dos cinco votos dos juízes e bateu o holandês Just Do It. O outro brasileiro era o b-boy Kapu, de Belém do Pará, que saiu da disputa logo na primeira rodada.

Mais de três mil pessoas acompanharam o evento, realizado na arena construída no estádio Yoyogi, originalmente utilizado para a Olimpíada de 1964. Os 16 b-boys participantes foram avaliados por sua habilidade, personalidade e estilo durante as batalhas homem a homem.

Em sua segunda participação, Neguin enfrentou nomes de peso da cena internacional de break dance como o norte-americano Thesis. Porém, sua batalha mais difícil foi contra o venezuelano Lil G, quando os juízes, entre eles o bicampeão Lilou, deram vitória ao brasileiro por 3 a 2. Para o b-boy, sua versatilidade e autenticidade o ajudaram a vencer a competição. Ele também disse que sua fonte de inspiração é infinita: “Tudo que eu vejo, posso traduzir em movimentos. Um pássaro voando pode virar dança”.

A batalha internacional de b-boys é realizada desde 2004, sempre em uma cidade diferente do planeta. De lá para cá, a competição mundial já passou por Biel (Suíça/2004), além de Berlin (2005), São Paulo (2006), Johannesburgo (2007), Paris (2008) e Nova York (2009). Esta foi primeira vez que Tóquio recebeu a disputa. A competição teve transmissão ao vivo, a partir das 8h da manhã (horário de Brasília), via redbull.com.br.

Localizado entre os famosos distritos de Shibuya e Harajuku, o estádio Yoyogi encontra-se no centro do cenário da cultura jovem de Tóquio, onde música, moda e a vida noturna se encontram. A região é considerada umas das mais movimentadas do mundo.

Sobre o campeão:

Pela segunda vez disputando o Red Bull BC One, o b-boy Neguin já figura entre os grandes nomes do cenário internacional do break dance. Atualmente vivendo entre Nova York e Londres, o b-boy iniciou a sua carreira em Cascavel, sua cidade natal, aos 14 anos de idade. Foi quando ganhou o seu apelido. “Era assim que meu professor de capoeira me chamava”, conta.

A carreira seguiu para Itajaí/SC, cidade em que morava quando participou pela primeira vez do Red Bull BC One, em 2009, na cidade de Nova York. Na ocasião, Neguin impressionou os jurados e, pelo visto, não foi pouco. Antes de viver só da dança, Neguin já trabalhou em rede de fast-food e até em escritório de contabilidade.

Na ponte Nova York-Londres em que vive atualmente, ele dá aulas de break dance, é juiz em batalhas de b-boys e ainda integra o grupo de dança do London Dance Company no show Blaze. Aliás, viver da dança e poder ajudar a sua família estão entre os grandes orgulhos do b-boy; conhecido por seu estilo que mescla saltos mortais, movimentos rápidos e ritmo constante. “Eles me ensinaram tudo que há de melhor na vida: educação, cultura e sempre amar o que se faz”, resume sobre os familiares.